Quando a Apple lança um novo iPhone, fãs formam filas em Nova York, Londres e Tóquio. Na China, porém, a cena muda. No 1.º trimestre de 2025, as lojas de Pequim e Xangai ficaram vazias, e os números contam a história: as vendas de iPhone encolheram 9 %, marcando o sétimo trimestre seguido de queda. Enquanto isso, a Xiaomi cresceu 40 % e assumiu a liderança. Descubra agora o que provocou essa virada dramática e como ela afeta o mercado global.
1. Xiaomi assume a ponta com estratégia agressiva
A Xiaomi vendeu 13,3 milhões de smartphones entre janeiro e março de 2025. O salto de 40 % aconteceu porque a marca:
- Lançou a família Redmi Turbo com chip Snapdragon 8s Gen 3, preço a partir de ¥1 999 e câmera de 50 MP;
- Oferece a HyperOS, interface que integra celular, tablet e casa inteligente em menos passos que o iOS + HomeKit;
- Usa ações‑relâmpago. Em 8 de fevereiro, a Mi Store cortou 15 % no Redmi K70 Pro por 24 horas e esgotou o estoque on‑line em 37 minutos.
Dessa forma, esses movimentos elevaram a participação da Xiaomi para 18,6 %.
2. Huawei volta ao topo mesmo sob sanções
Quase banida de chips 5G em 2020, a Huawei driblou o bloqueio ao lançar o Kirin 9010 fabricado na China. O novo Mate 70 Pro, portanto, entrega 5G nativo com velocidade média de 850 Mb/s nos testes da China Mobile. Resultado: 12,9 milhões de unidades vendidas e 18 % de market share.
Dica de tendência: fontes da cadeia de suprimentos ouvidas pela Nikkei Asia sugerem que a Huawei planeja exportar o Kirin para marcas menores ainda em 2025. Isso pode aumentar a pressão sobre Qualcomm e MediaTek.
3. Apple cai para quinto lugar; preço não é o único vilão
A Apple vendeu 9,8 milhões de iPhones, bem menos que os 11,2 milhões do mesmo período em 2024. Assim, os analistas da IDC citam três motivos principais:
- Preço alto: mesmo o iPhone 16e, “intermediário premium”, custa ¥5 999; um Redmi Turbo flagship sai por ⅓ desse valor.
- Patriotismo tecnológico: depois da guerra comercial iniciada por Donald Trump, consumidores veem a compra de aparelhos nacionais como ato de apoio à indústria local.
- Falta de recursos regionais: o iOS ainda não integra pagamentos via Alipay dentro do Apple Wallet, o que força usuários a trocar de app.
4. OPPO e vivo sustentam o “top 5” e puxam a inovação em câmera
- OPPO Find X8 Ultra: primeiro sensor Sony LYT‑900 de 1″ em aparelho global, com zoom óptico de 6×;
- vivo X100s Pro: algoritmo Blue Image reduz ruído em fotos noturnas sem estourar luzes de neon.
Dessa forma, com forte ênfase em fotografia, ambas garantem presença entre as três primeiras na categoria “câmera” do ranking DXOMARK na China.
5. E agora, o que esperar?
- Apple deve reagir em junho de 2025 com o iOS 19, que traz integração total com WeChat Mini Apps e suporte oficial ao AliPay;
- Xiaomi prepara chips próprios em parceria com a SMIC, o que pode baratear ainda mais a linha Redmi;
- Chips Kirin podem chegar a marcas como Honor, elevando a competição em 5G doméstico.
Os próximos trimestres, portanto, prometem disputas acirradas e novos recordes de vendas.
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